Os achados em termos de sobrevida com o tratamento do infarto agudo do miocárdio (IAM) nos últimos tempos, não se aplicam a uma categoria cada vez mais comum de IAM.
O IAM tipo 2, causado pela alta demanda miocárdica de oxigênio (O2) ou pela queda na quantidade de O2, está em evolução e pode ter um prognóstico mais reservado do que a forma “convencional”, com aterosclerose e formação de trombo tipo 1, sobre o qual tem havido avanços terapêuticos muito impressionantes.
As ações de avaliação e conduta no IAM tipo 2 e na lesão miocárdica sem isquemia que contém um quadro clinico semelhante, foram exploradas com menos intensidade e são muito menos conhecidas. Isso pode acontecer em parte pela reiteração do consenso da Universal Definition Of Myocardial Infarction (UDMI-4) definem o IAM tipo 1 como o principal causador de aterosclerose e trombose, enquanto o IAM tipo 2, é classificado como secundário a outros quadros.
Por conta desta definição, quadros de IAM tipo 1 possuem diagnóstico claro, já os que sofrem de IAM tipo 2 até hoje existem análises e dúvidas sobre as tentativas de caracterização clínica sistemática. Apesar disso, novas ações podem mudar este cenário devido a conscientização de que os desfechos de morte por todas as causas, bem como por doenças cardiovasculares, são piores para os pacientes com IAM tipo 2.
Em uma entrevista para o Medscape, o Dr. David E. Newby, médico da Universityof Edinburgh, no Reino Unido, relatou que isso ocorre devido a existirem muitos tratamentos para IAM tipo 1 e a do tipo 2 com lesão miocárdica não saberem exatamente como tratar.
Em um artigo publicado pela AHA em a conclusão 2018, o Dr. David junto a outros especialistas documentou durante cinco anos, o processo de tratamento de 2.122 pacientes com IAM tipo 1 e tipo 2 ou lesão miocárdica sem isquemia, em conformidade com a UDMI-4.
Segundo o pesquisador, as caracterizações dos fatores de risco para os pacientes com as duas últimas doenças contrastaram com o perfil dos pacientes com IAM tipo 1. Foi observado que eram muitas pessoas mais velhas que tinham menos probabilidade de serem fumantes, tinham mais hipertensão arterial sistêmica e histórico de acidente vascular cerebral (AVC), bem como um histórico familiar de doença cardiovascular.
Devido aos fatos, constatou-se com o tempo um prognóstico desfavorável. A prevalência de morte por todas as causas foi com uma estimativa de 62% para os pacientes de IAM tipo 2, 72% para os pacientes com lesão miocárdica sem isquemia e apenas 37% para os pacientes com IAM tipo 1. A diferença entre os dois tipos de infarto foi estimulada pelo número excessivo de mortes de origem não cardiovascular após um IAM tipo 2.
Segundo dados apresentados recentemente pelo estudo de coorte, o grau de risco no IAM tipo 2 parece variar de acordo com a doença pressuposta. Entre 3.800 pacientes com um aumento da troponina cardíaca e diagnóstico de IAM, há um grupo mais jovem. Esses, a maioria com uma média de 30 a 40 anos, tiveram incidência de morte em 10 anos, onde 12% foi com o diagnóstico de IAM tipo 1, 34% com IAM tipo 2 e 46% com diagnóstico de lesão miocárdica sem isquemia.
A pesquisa mostra que os fatores deflagradores divergiram muito entre os pacientes com IAM tipo 2 ou lesão miocárdica sem isquemia, também houve ampla variação na etiologia da causa da morte entre os que sofreram IAM tipo 2. Segundo os dados, a sepse e a anemia representaram um dos riscos mais altos, e a hipertensão arterial sistêmica e as arritmias os riscos mais baixos.