Estudos comprovam que o gás ozônio, presente no ar, tem associação com a parada cardíaca em pessoas fora do hospital.
Que os danos ao meio ambiente também acabam sendo prejudiciais à saúde de cada um de nós, já sabemos, mas você sabia que a exposição a níveis elevados de ozônio tem associações significativas para o risco de parada cardíaca fora do hospital?
Isso mesmo, essa informação está baseada em uma pesquisa preliminar que foi apresentada no Simpósio 2020 da Ciência da Ressuscitação da Associação Americana do Coração, que aconteceu entre os dias 14 e 16 de novembro de 2020. Esse Simpósio que foi realizado de forma virtual, apresentou os avanços recentes relacionados ao tratamento de PCR e lesões traumáticas quando há risco de vida.
O estudo foi baseado na análise de dados do Registro de Parada Cardíaca para Aumentar a Sobrevivência de 187 mil pacientes com OHCA não traumáticos, durante 2013 e 2016. Além disso, os participantes tinham a média de idade de 63 anos, destes, 61% eram homens e 53% não eram brancos.
Já as exposições individuais a partículas e ao ozônio, foram estimadas de acordo com os dados informados dos modelos atmosféricos da Agência de Proteção Ambiental dos EUA, que preveem os níveis diários de ozônio por setor censitário. O objetivo era examinar se as concentrações mais altas de ozônio e outras partículas tinham relação aos incidentes de parada cardíaca.
O resultado desse estudo detectou que para cada 12 partes por bilhão de aumento no nível de ozônio, a chance de um OCHA aumentou em 1%, o que é estatisticamente significativo. Ou seja, os níveis elevados de ozônio no ar, estavam associados a um risco maior de parada cardíaca fora do hospital, já quanto a concentração das demais partículas presentes no ar, não houve nenhuma associação com as paradas cardíacas fora do hospital, assim como não houve diferença no risco de OHCA associado à qualidade do ar vinculado à idade, sexo ou raça.
Alguns estudos anteriores já apresentavam essa associação dos altos índices de ozônio com o desenvolvimento de doenças crônicas, tanto é que em 2010, em declaração científica, a AHA considerou os poluentes do ar um “fator modificável que contribui para a morbidade e mortalidade cardiovascular”.
Essa descoberta pode ser fundamental em implicações para a saúde pública, quanto as recomendações sobre regulamentações de ozônio da Agência de Proteção Ambiental dos EUA. Mas os pesquisadores alertam que, mais estudos devem ser realizados para determinar a relação entre poluição do ar e parada cardíaca.
O ozônio
É uma partícula que se forma quando as moléculas de oxigênio (O2) se rompem devido à radiação ultravioleta que vem do sol e os átomos separados combinam-se de forma individual com outras moléculas de oxigênio.
O ozônio é um gás naturalmente presente na atmosfera. Cada molécula contém três átomos de oxigênio e é quimicamente designado por O3.
Esse gás encontra-se em duas regiões da atmosfera – 10% dele está presente na troposfera, que é a região mais próxima da superfície terrestre (cerca de 10 e 16 km) e 90% se encontra na estratosfera (uma distância de 10 e 50 km), que é onde se encontra a camada de ozônio.
O ozônio presente na superfície é formado pelos poluentes, por isso é considerado “mau ozônio”, pois é nocivo à vida do homem, plantas e animais.