No mês de setembro é comemorado os 60 anos da Ressuscitação Cardiopulmonar. Conheça mais sobre a história e sua importância na medicina.
Neste mês de setembro são comemorados os 60 anos da Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP), técnica que revolucionou a medicina, como ciência. Apesar de ser um processo já utilizado há muitos anos, foi somente na década de 1960 que teve início o estudo formal e a elaboração de protocolos de atendimento sobre o tema.
A RCP possui alguns princípios fundamentais, que repousam na manutenção da circulação e na oferta de respiração artificial. Para que o processo tenha sucesso, todos os envolvidos devem estar cientes de suas funções, que envolvem o chamado por ajuda, a realização de compressões torácicas, a ventilação dos pulmões e a abordagem às causas da parada cardíaca.
Sendo assim, a RCP consiste em uma sequência organizada de ações que visa prestar assistência a uma vítima de parada cardíaca, até que ela recupere a circulação espontânea.
Por isso, a realização da técnica adequada de RCP é fundamental para minimizar sequelas causadas pela parada cardíaca, além de preservar a vida, quando possível.
Para entender um pouco mais sobre a importância da comemoração dos 60 anos da RCP, é interessante acompanhar o percurso histórico desta modalidade terapêutica, que só foi realmente estabelecida no século XX, visto que antes do seu desenvolvimento a parada cardiorrespiratória era considerada um evento irreversível.
A RCP na história
Os primeiros registros oficiais de tentativas de ressuscitação datam de 1776, com relatos de que centenas de pessoas foram reanimadas por meio dessa ação. Desde então, a técnica de RCP vem evoluindo continuamente, pautada pela ciência e pela experimentação.
As décadas de 1930 e 1940 foram fundamentais para que experimentos realizados no passado, pudessem ser aprimorados, permitindo mais conhecimento sobre a RCP. Na época, Claude Beck, junto do fisiologista Carl Wiggers e de um técnico, começaram a realizar experimentos em animais induzindo fibrilação ventricular e tentando revertê-la com massagem cardíaca interna. Beck também foi o primeiro a idealizar uma equipe de atendimento de RCP.
Enquanto isso, nos Estados Unidos, na década de 1960, o engenheiro eletricista William Kouwenhouven foi motivado a desenvolver a desfibrilação externa, pois os acidentes envolvendo eletricidade que ocorriam nas indústrias predispunham as vítimas à fibrilação ventricular. Experimentos comprovaram que choques externos aplicados em cães geravam ondas de pressão arterial similares às ondas de pressão em pacientes em circulação espontânea, o que rendeu prêmios ao engenheiro, por estabelecer uma conexão entre a engenharia e a medicina.
Com isso, foram-se definindo os passos para a RCP moderna por meio da conquista da capacidade de ressuscitação à tórax fechado em qualquer ambiente. Da mesma forma, ficou notória a frase que diz que qualquer pessoa poderia iniciar as manobras de RCP, necessitando apenas das duas mãos.
Atualmente, existem cursos e treinamentos que preparam profissionais da saúde para agirem com rapidez e com precisão na realização da Ressuscitação Cardiopulmonar, baseados nas definições e nas diretrizes mundiais, de acordo com o ILCOR (International Liaison Comittee on Ressuscitation) e com a AHA (American Heart Association).