CTSEM
20 Mai 2020

Presença Familiar: Uma Ajuda ou um Problema para o Código Hospitalar?

Anos atrás, era comum não permitir que membros da família entrassem nos quartos dos pacientes durante determinadas tarefas.

A maioria das pessoas se lembra dos velhos filmes em preto e branco, representando homens com charutos andando pelo chão da sala de espera enquanto suas esposas davam à luz. Durante anos, esse também foi o caso quando se tratava de esforços de ressuscitação. 

Os membros da família eram acompanhados para as salas de espera durante esses processos, em um esforço para manter a família o mais calma quanto possível. A maioria dos profissionais de saúde temia que os membros da família pudessem atrapalhar, dificultando os esforços para salvar vidas ou que, pela preocupação, se tornassem, eles mesmos, pacientes.

No entanto, nos últimos anos, muitos hospitais têm permitido que, pelo menos, alguns familiares próximos entrem nos quartos dos pacientes na UTI ou em salas de trauma no pronto-socorro durante os procedimentos. A resposta tem sido bastante favorável a essas mudanças de política, embora tenha sido difícil para alguns profissionais de saúde se acostumarem com essa mudança. Como em qualquer mudança de política, essa decisão tem lados positivos e negativos.

 

De certa forma, a presença da família pode ser especialmente útil para o paciente. Como a audição costuma ser o último sentido a desaparecer, muitos acreditam que os pacientes que estão sendo reanimados ainda podem ouvir a voz de seus entes queridos, o que pode ser bastante reconfortante. Além disso, estar na sala também pode ser reconfortante para os membros da família que querem se despedir de um ente querido.

No entanto, alguns pontos ainda levantam questionamento, como o fato de alguns membros da família não estarem emocionalmente prontos para ver as medidas agressivas adotadas durante um longa reanimação. Além disso, alguns profissionais de saúde temem que possam ser responsabilizados legalmente por coisas que os membros da família acreditam que veem durante um atendimento de urgência. Isso pode dificultar os esforços e impedir que médicos e enfermeiros sigam procedimentos mais agressivos que podem ajudar o paciente.

 

Pode-se encontrar pesquisas para apoiar a ideia de permitir que a família entre na sala durante a ressuscitação, bem como impedir a presença da família no departamento de emergência ou unidade de terapia intensiva durante o procedimento. Poucos pacientes são questionados sobre esse assunto antes da internação, as perguntas geralmente se resumem às políticas do hospital, bem como às preferências médicas e dos familiares. 

Obviamente, os profissionais de saúde devem estar cientes da grande possibilidade de informações privadas sobre o paciente sejam divulgadas durante a ressuscitação. Portanto, aqueles que trabalham em organizações de saúde que permitem a presença da família durante as ressuscitações devem observar rigorosamente a confidencialidade do paciente durante o procedimento.

 

No que diz respeito à preferência pessoal, muitos médicos e enfermeiros hesitam em permitir que a família entre na sala de trauma ou na UTI durante um procedimento. Comunicação e empatia são vitais, mesmo que esta seja uma situação estressante. No entanto, os profissionais de saúde também devem lembrar que, embora doloroso, pode ser igualmente útil reconfortante para os membros da família verem quanto foi feito para salvar ou tentar salvar a vida da pessoa amada. Seja ou não uma morte, a aceitação da situação é muito mais fácil para quem sabe o que aconteceu nos bastidores.

 

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