CTSEM
26 Setembro 2019

Olhar para o seu telefone e ver sua pressão sanguínea? Pode acontecer!

A câmera do seu telefone poderá algum dia ser capaz de verificar sua pressão arterial.

Um novo estudo mostra que leituras precisas podem ser capturadas a partir de vídeos curtos usando software baseado em um smartphone que detecta alterações no fluxo sanguíneo nos rostos.

Mas calma, problemas ainda precisam ser resolvidos, como testar a tecnologia em uma variedade maior de tons de pele.

O desenvolvimento desse aplicativo pode ser importante porque muitas pessoas não conseguem monitorar regularmente a pressão arterial e ela é um indicador vital da saúde do coração.

"A pressão alta é um dos principais contribuintes para as doenças cardiovasculares - uma das principais causas de morte e incapacidade", disse o autor do estudo Kang Lee, professor e presidente de pesquisa em neurociência do desenvolvimento da Universidade de Toronto, Canadá, em comunicado. "Para gerenciar e prevenir, o monitoramento regular da pressão arterial é essencial."

Os dispositivos de monitoramento baseados em mangueiras, embora altamente precisos, são inconvenientes e desconfortáveis, disse Lee, e os usuários tendem a não seguir as recomendações para realizar várias medições a cada vez.

O método de vídeo usa o que é conhecido como software de imagem óptica transdérmica. Sensores ópticos em telefones, usando luz ambiente, verificam os padrões de fluxo sanguíneo no rosto de um sujeito. O software usa modelos para prever a pressão arterial.

No estudo, Lee e seus colegas usaram iPhones equipados com o software para fazer vídeos de dois minutos de 1.328 adultos canadenses e chineses.

Os pesquisadores compararam as medidas capturadas nos vídeos com as leituras usando um dispositivo tradicional baseado no manguito. As medições de vídeo atendem aos padrões internacionais para dispositivos de pressão arterial, disse Lee.

Os resultados foram publicados terça-feira em Circulation: Cardiovascular Imaging.

Ainda há trabalho a ser feito. Os pesquisadores digitalizaram rostos em um ambiente bem controlado com iluminação fixa, portanto, não está claro se a tecnologia pode funcionar tão bem em outras configurações. Além disso, a amostra do estudo não teve indivíduos com tons de pele extremamente escuros ou claros. Lee e seus colegas também estão tentando reduzir a duração do vídeo necessária para 30 segundos.

"Este estudo mostra que o vídeo facial pode conter algumas informações sobre pressão arterial sistólica", disse Ramakrishna Mukkamala, professora do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação da Universidade Estadual de Michigan, em East Lansing, no comunicado à imprensa. Ele foi o autor de um editorial que acompanhou o novo estudo.

"Se estudos futuros puderem confirmar esse resultado emocionante em pacientes hipertensos e com medições de câmeras de vídeo realizadas durante a vida diária, a obtenção de informações sobre pressão arterial com um clique de uma câmera poderá se tornar realidade".

 

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