CTSEM
18 Abril 2019

É possível prever com eficácia qual paciente terá intubação difícil?

Via aérea difícil é a situação clínica na qual anestesiologista treinado tenha dificuldade de intubar um paciente, manter sua ventilação manual sob máscara ou ambos.

Nela, são necessárias mais que três tentativas ou mais que dez minutos para completar a manobra de intubação, utilizando-se de laringoscopia convencional.

 

Assim, é essencial para o médico tentar saber com antecedência quando o paciente vai apresentar dificuldade ventilar. Com este intuito, pesquisadores realizam um estudo para identificar fatores de risco e achados físicos que sirvam como preditores da intubação orotraqueal difícil.

 

Previsão do risco de intubação difícil

Em um estudo revisional sistemático, foram utilizados dois bancos de dados: MEDLINE e EMBASE. No primeiro, as informações datam de 1946 até 2018, e no segundo o ciclo pesquisado foi entre 1947 e 2018. Os resultados foram publicados em fevereiro no periódico Jama Network.

Os pesquisadores revisaram 62 estudos com alto nível de qualidade metodológica que avaliaram a acurácia dos achados clínicos sobre intubação difícil. Os melhores indicadores encontrados foram inabilidade de mordida no lábio superior com os incisivos inferiores, retrognatismo ou uma combinação de diagnósticos baseada no escore Wilson. No total, foram incluídos na pesquisa 33. 559 pacientes.

O estudo identificou dificuldade de intubação em 10% dos pacientes. Os exames de avaliação física que melhor previram a intubação difícil com base no teste de mordida do lábio superior. A razão de verossimilhança positiva foi de apenas 14 (IC 95% [8,9-22]).

Apesar de vários fatores contribuírem para a previsão de dificuldade de intubação endotraqueal, os resultados não foram suficientes para prever de maneira confiável qual paciente vai apresentar via aérea difícil. Mais estudos devem ser realizados a fim de obter mais evidências que ajude na predição dos fatores de risco.

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Fonte: PEBMED