CTSEM
14 Outubro 2018

Cardioversão elétrica: saiba diferenciá-la da desfibrilação

É possível perceber que ainda existe confusão sobre a diferença entre cardioversão e desfibrilação, além de falta de atenção e cuidado no momento do disparo da corrente elétrica, resultando em sérias consequências.

Presenciei várias vezes consequências indesejáveis para a equipe, como choque simultâneo no paciente e enfermeiro, no paciente e médico e, também, consequências para os pacientes, como queimaduras extensas de primeiro e segundo grau.

Desfibrilação elétrica é um procedimento terapêutico que consiste na aplicação de uma corrente elétrica contínua (não sincronizada) no músculo cardíaco. Essa corrente despolariza em conjunto todas as fibras musculares do miocárdio, tornando possível a reversão de arritmias graves com a Taquicardia Ventricular sem pulso (TV) e a Fibrilação Ventricular (FV) – situações compatíveis com parada cardiorrespiratória, permitindo ao nó sinusal retomar a geração e o controle do ritmo cardíaco. (Fleury)

 

Cardioversão elétrica é um procedimento eletivo utilizado para reverter arritmias mediante a administração de uma corrente elétrica direta e sincronizada que despolariza o miocárdio. Para que a descarga elétrica seja sincronizada o paciente deve estar monitorizado no próprio cardioversor e o botão de sincronismo deve estar ativado. A descarga é liberada na onda R (período refratário da despolarização cardíaca). Esse mecanismo consiste em despolarizar simultaneamente quase todas as fibras cardíacas, interrompendo os mecanismos de reentrada, com o objetivo de restaurar o impulso cardíaco de maneira coordenada, com apenas uma fonte de geração de impulso elétrico. É a terapia escolhida para o tratamento de taquiarritmias, como por exemplo, a Fibrilação atrial (FA) e Flutter atrial. (knobel)

 

A cardioversão elétrica é mais eficaz do que o uso de antiarrítmicos isoladamente, com uma taxa de efetividade de 60 a 70%. Entretanto, estudos mostram que a cardioversão elétrica feita após a administração de antiarrítmicos como a Amiodarona ou Sotalol tem mais chance de sucesso podendo alcançar aproximadamente 100%. 

 

A cardioversão farmacológica é mais efetiva quando iniciada dentro dos sete primeiros dias do início das arritmias – fibrilação atrial e flutter atrial.

Indicações

  • Fibrilação atrial
  • Flutter atrial
  • Taquicardia paroxística supraventricular
  • Taquicardias com complexo largo e com pulso
  • Arritmias refratárias à cardioversão farmacológica

Contraindicações

  • Disfunções do nó sinusal
  • Intoxicação digitálica

 

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